quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Já ouviram falar de um hormônio chamado relaxina???

Com a gravidez o corpo da mulher se transforma para gerar um novo ser, e vários hormônios entram em cena, cada um com uma função bem específica no organismo materno. Progesterona, estrogênio, ocitocina, prolactina, todos esses já são bem conhecidos de todos nós. Mas descobri também, aliás, estou sentindo na pele a ação de um outro hormônio, a relaxina, que atua durante a gestação, elevando seus níveis no período que antecede o parto. Quem me chamou a atenção sobre isso foi a Gabi, a minha professora/fisioterapeuta do pilates, depois das minhas queixas de dores nas articulações das mãos, principalmente da direita. Então fui pesquisar sobre esse hormônio, e olha só o que descobri!!!
A relaxina aumenta o número de receptores para a ocitocina, além de produzir um ligeiro amolecimento das articulações pélvicas (articulações da bacia) e das suas cápsulas articulares, dando-lhes a flexibilidade necessária para o parto (por provocar remodelamento do tecido conjuntivo, afrouxa a união entre os ossos da bacia e alarga o canal de passagem do feto). Tem ação importante no útero para que ele se distenda, a medida em que o bebê cresce. O nível de relaxina aumenta ao máximo antes do parto e depois cai rapidamente.
A placenta é um verdadeiro laboratório hormonal. Dentre os hormônios protéicos placentários temos o HPL (Hormônio Lactogênio Placentário) e a relaxina. O HPL é responsável pela lipólise (quebra de gordura) aumentando os níveis de ácido graxos livres funcionando como fonte de energia para o metabolismo materno e para o desenvolvimento fetal. Outra ação do HPL é sua atividade antiinsulina, o que explica o fato de a gravidez ser diabetogênica (favorece o aparecimento de diabete, chamado gestacional). A finalidade dessa ação é aumentar os níveis maternos de glicose que passa facilmente para a circulação fetal e representa a principal fonte de energia e alimentação do feto. A relaxina promove o relaxamento do miométrio durante a gravidez e parece ter ação no nível das articulações ósseas, aumentando a flexibilidade articular, sendo a responsável pelas habituais e constantes quedas e torções sofridas pela gestante.
Secundariamente à ação dos hormônios, principalmente a da relaxina, existe um relaxamento crescente dos ligamentos, além de um amolecimento cartilaginoso e aumento no volume de líquido sinovial e no espaço articular. O resultado é uma mobilidade articular aumentada e articulações mais instáveis, predispondo as gestantes às lesões. Na pelve, essas alterações levam à marcha gingada ou anserina, um aspecto peculiar da gravidez; e na coluna vertebral, elas levam a uma queixa, que, segundo a literatura, é comum entre as gestantes, a dor lombar ou lombalgia. A partir do terceiro trimestre, a mobilidade apresenta-se reduzida, apesar da ação hormonal constante, principalmente em tornozelos e punhos, como resultado da retenção hídrica, o que provoca edema gravitacional em tornozelos, e parestesias, fraquezas musculares e dores noturnas nos punhos, caracterizando a Síndrome do Túnel Carpal, outra patologia comum na gravidez.

Bom, então está explicado. As dores que tenho sentido nos punhos, principalmente à noite, decorrem da ação da tal relaxina... Mas fazer o quê, né? O danado ajuda no parto, então não tenho do que reclamar. Se é para o bem de todos... Daqui a pouco passa.

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